ANORGASMIA FEMININA E
ANTECEDENTES DE VIOLÊNCIA SEXUAL
Autora: Jaqueline Brendler- Ginecologista e
Terapeuta sexual.
Analisar um universo de 07 mulheres tratadas
por algum tipo de anorgasmia com antecedentes
de violência sexual , em clínica
privada.
Essas 07 mulheres anorgásmicas foram
vítimas de 09 agressores sexuais, ou
seja 71.12% delas foi vítima de um único
agressor e 28.57% delas foram vítimas
de mais de um agressor sexual.
O
tipo de anorgasmia foi primário em 42.85%,
secundária em 28.57% e coital em 28.57%.
Elas tinham o 3º grau completo em 42.85%,
o 2ºgrau em 28.57%, o 1º grau em 14.28%.
O 1º grau não havia sido concluído
em 14.28% .
A idade média da procura do tratamento
foi 25 anos e 1 mês, variando de 18 à
45 anos.
Eram solteiras e tinham namorado em 57.14 %,
separadas em 14.28%, viúvas em 14.28%
e casadas em 14.28%.
Os atentados violento ao pudor representaram
77.77% das violências e os estupros 22.22%.
A idade média em que ocorreu a violência
sexual foi 10 anos e 4meses.
A idade média da ocorrência do
atentado violento ao pudor foi 9 anos e 7 meses
e do estupro foi 18 anos.
No momento da violência sexual 71.42 %
delas moravam com a família de origem
e 28.57% não o faziam.
Quanto aos agressores sexuais, nos casos de
atentado violento ao pudor, o tio, o irmão
e o namorado da mãe foram encontrados
em 28.57%; inquilino da pensão da mãe
em 14.28% Nos casos de estupro 50% foram efetuados
por desconhecidos e 50% por agressores conhecidos
da vítima.
As vítimas , na sua maioria, 57.14%,
não contou para a família sobre
a violência sexual. Apenas 42.85% contaram.
A maioria delas, 66.66% não tiveram apoio
da família. Em uma delas, 33.33% o apoio
demorou a ser dado. Em nenhuma delas a violência
sexual se tornou pública.
A duração média do relacionamento
atual, com o parceiro sexual, era 2 anos e 5
meses. A maioria dos parceiros atuais, 57.14%
não têm conhecimento da violência
sexual e 42.85% sabem sobre esse episódio.
No inicio da terapia 100% das pacientes com
anorgasmia não possuíam boa auto-estima.
Conclusões: 1*O atentado violento ao
pudor é o tipo de violência sexual
mais comum sofrido por mulheres anorgásmicas
atendidas em clínica privada. 2* Deve
ser pesquisado, em estudos contendo maior número
de mulheres anorgásmicas com antecedentes
de violência sexual , a ocorrência
de “mais de um agressor sexual”.
3*A maioria dos casos de violência sexual
foram efetuados por membros da família.
4.*Os estupros foram, em 100%, realizados por
agressores não familiares, as vítimas
eram mais velhas e foi usado mais força
física. As conclusões números
3* e 4* estão relatadas, respectivamente,
em Gold S.N. et all. Child Abuse Negl: 22 (10):
1005-12, 1988 e Fischer D.G; Mc Donald W.L.
Child Abuse Negl: 22 ( 9 ): 915-29, 1998.
Anais da 3° Jornada Gaúcha de Sexualidade
Humana e 3° Seminário Sulbrasileiro
de Educação Sexual, de 25 à
27 de 2000, página 33.
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