ARTIGOS DE SEXUALIDADE - PARTE I -
(12/11/2002) |
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CARACTERÍSTICAS DE 19 VÍTIMAS DE
VIOLÊNCIA SEXUAL
Autora: Jaqueline Brendler- Ginecologista e Terapeuta
sexual.
Analisar um universo de 114 mulheres tratadas
para disfunção sexual e verificar
a incidência e as características
dos episódios de violência sexual
sofridos.
Desse universo foi constatado que 19 mulheres,
16.66% da amostra, haviam sido vítimas
de violência sexual. Essas 19 mulheres foram
vítimas de 30 agressores sexuais, ou seja
52.63% delas foi vítima de um único
agressor e 47.36% delas foram vítimas de
mais de um agressor sexual.
Nelas foi diagnosticado em 36.84% desejo sexual
hipoativo e anorgasmia e, em 26.31% vaginismo.
Elas tinham o 3º grau completo em 47.36%,
e o 3º grau incompleto em 15.78%.O 2ºgrau
e o 1º grau havia sido concluído em
10.52% . Apenas 5.63 % não havia terminado
a instrução primária.
A idade média da procura do tratamento
foi 30 anos e 6 meses, variando de 18 à
49 anos.
Eram casadas em 47,36%, solteiras com namorado
em 31.57%, separadas em 10.52%, viuvas e solteira
sem namorado em 5.26% da amostra.
Os atentados violentos ao pudor representaram
86.66% das violências e os estupros 13.33%.
A idade média em que ocorreu a violência
sexual foi 11 anos e 1mês. A idade média
da ocorrência do atentado violento ao pudor
foi 10anos e 2 meses e do estupro foi 19 anos
e 7 meses.
No momento da violência sexual 73.68% delas
moravam com a família de origem e 21.05
não o faziam.
Quanto aos agressores sexuais, o tio foi encontrado
em 15.38%; cunhados em 13.33%; irmãos,
vizinhos, em 11.53%;primo junto com a “gang”,
namorado da mãe, empregado do pai em 7.69%;
o pai, padrinho, primo, inquilino da pensão
da mãe e conhecidos em 3.84%; desconhecido
em 10%.
As vítimas , na sua maioria, 66.66%, não
contou para a família sobre a violência
sexual. Apenas 33.33% contaram. Dessas, 21.05%
receberam apoio imediato, em 5.26% o apoio demorou
e não foi dado em 26.31%. Em 36.84% das
que contaram o fato não se tornou público.
Uma paciente teve 3 episódios de violência,
todos públicos e outra possuía um
pai que era conhecido como “incestuador“
na cidade.
A duração média do relacionamento
atual era 7 anos e 4 meses. Sabem sobre a violência,
41,17 % % dos parceiros sexuais e 58.82% não
sabem. Duas delas, 10.52% não tinham parceiro
sexual.
No momento do inicio da terapia, apenas 5.26%
delas possuíam boa auto-estima e 94.73%
tinham uma baixa auto-estima.
Conclusões: . 1* O tipo mais freqüente
de violência sexual em mulheres com disfunção
sexual atendidas em clínica privada é
atentado violento ao pudor. 2* Nas vítimas
de violência sexual que têm disfunção
sexual deve ser pesquisado “mais de um agressor
sexual”. 3*A maioria das violências
sexuais foram efetuados por membros da família.
4*Outro grupo de possíveis agressores sexuais
são pessoas que freqüentam a casa.
5*Os estupros foram, em 100%, realizados por agressores
não familiares, as vítimas eram
mais velhas e foi usado mais força física.
As conclusões números 3* e 5* estão
relatadas, respectivamente, em Gold S.N. et all.
Child Abuse Negl: 22 (10): 1005-12, 1988 e Fischer
D.G; Mc Donald W.L. Child Abuse Negl: 22 ( 9 ):
915-29, 1998.
Anais da 3° Jornada Gaúcha de Sexualidade
Humana e 3° Seminário Sulbrasileiro
de Educação Sexual, de 25 à
27 de 2000, página36. |
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