ARTIGOS DE SEXUALIDADE - PARTE IV - (07/06/04)

O HOMEM E A MULHER: AS MEDICAÇÕES E A TERAPIA
Dra. Jaqueline Brendler - Presidente da SBRASH - Consultório - Telefone: (51) 3228.0322

Disfunções e problemas sexuais são comuns em homens e em mulheres. A contemporânea terapia sexual que permite a associação de linhas e que se utiliza, no mínimo, da linha cognitiva comportamental para elaborar as queixas sexuais pode ser útil. A pessoa deve ser vista como um ser único em seus aspectos afetivos, sexuais, familiar, de trabalho e social pelo terapeuta.

A ciência farmacológica tem avançado mais na contemplação de soluções para as dificuldades sexuais masculinas do que femininas. Para as mulheres que, desde crianças, ainda são submetidas a uma educação muito mais repressora que a dos homens, a terapia é a melhor solução para os casos de desordem do desejo sexual, quando é hipoativo (HSDD), de anorgasmia, de disfunção da excitação sexual e de vaginismo. Nas situações de dispareunia (dor coital) é necessário um diagnóstico diferencial com disfunção de excitação sexual, mas, feito isso, usar-se-á o arsenal da ginecologia, que varia das medicações à cirurgia. A disfunção sexual mais comum nas mulheres, atualmente, é a desordem do desejo sexual hipoativo, pela ausência da identificação da mulher com a "mulher sexuada" ou secundária a outra disfunção sexual (ausência de orgasmo ou de excitação sexual) e nessas situações é imprescindível a terapia. Para as mulheres que necessitam, no climatério, usar alguma reposição hormonal por fogachos ou osteoporose, melhor seria a escolha de um estrogênio transdérmico, outra opção seria a tibolona. Para mulheres ooforectomizadas, pode-se pensar na metil-testosterona associada ao estradiol. Essas medicações não vão solucionar as dificuldades sexuais de longa data, comuns à maioria das pacientes, mas possuem um perfil sexual mais saudável, se houver indicação clínica outra, além da esfera sexual.

Para homens e mulheres, devem ser substituídos remédios que possam estar interferindo negativamente com a sexualidade. Se for necessário usar um antidepressivo, de preferência prescrever um que não interfira tanto com a dopamina como o bupropion e a trazodona.

Como aliadas da terapia no tratamento da disfunção erétil (DE), pode ser usado, por um tempo maior ou menor, visando combater o "temor de desempenho" (pensamentos negativos sobre a impossibilidade de conseguir ereção), o sildenafil, a apomorfina, o tadalafila, o vardenafil. Se o fator orgânico for maior, pode-se fazer uso de prostaglandina E1 injetável ou, como último recurso, da prótese peniana. Em todas as situações a terapia ajudará não só no restabelecimento da ereção mas na melhora da auto-estima.

Se o diagnóstico for ejaculação rápida, ou precoce (EP), as medicações que podem ser usadas, atualmente, como auxiliares, por algum tempo, são a sertralina, a paroxetina e a fluoxetina, contudo, elas, isoladamente, sem a terapia, não resolverão os quadros de EP.

É importante que o terapeuta faça um diagnóstico correto e tenha uma visão do conjunto da pessoa humana, da situação do casal e das possibilidades de tratamentos oferecidos pela ciência.

Anais da 7ªJornada Gaúcha de Sexualidade, 13 a 15 de maio de 2004, Porto Alegre, resumo, página 22.


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