A SEXUALIDADE EM PORTADORES DE CÂNCER- OS MÉDICOS E O QUE PODE SER FEITO .
Dra. Jaqueline Brendler - Presidente da SBRASH - Consultório - Telefone: (51) 3228.0322
Com o avanço da medicina os tratamentos para câncer têm se tornado-se cada vez mais efetivos, prolongando a vida das pessoas. Urge, pois, que se melhore a qualidade da vida após o câncer. Pessoas com uma sexualidade saudável antes do diagnóstico de câncer têm mais facilidade de continuarem sendo felizes sexualmente , após o câncer e o seu tratamento. O diagnóstico de câncer muda a vida da pessoa e a sua visão do mundo. A busca de uma sexualidade satisfatória se faz na medida em que o perigo do câncer é afastado. Podemos mencionar que possíveis alterações em relação à sexualidade passam por: 1- mudanças físicas: relacionadas à imagem corporal e a algumas possíveis limitações físicas; 2-dificuldades no funcionamento sexual;3- alterações na confiança sexual; 4- dificuldades na interação com o(a) parceiro(a) sexual; 5-enfraquecimento da identidade masculina ou feminina; 6-Diminuição da auto-estima.
A promoção da saúde sexual, através de uma adequada orientação ou através da terapia sexual, é vital para preservar a qualidade da vida.
As pesquisas são unânimes em afirmar que um mais baixo nível de conhecimento sexual está relacionado a atitudes negativas e preconceituosas em relação à sexualidade. Como lidar com a disfunção, com a queixa sexual, se o saudável é desconhecido ? O que pode ser feito ? É mister que se insiram aulas de sexualidade humana na formação acadêmica dos médicos, a fim de que haja um aumento na habilidade de falar sobre sexualidade, de propor uma orientação sexual ou um tratamento . Os médicos com um maior nível de conhecimento podem usar o modelo PILSET ( permissão, informação limitada, sugestões específicas e terapia intensiva). Quando não estiverem aptos a lidar com a terapia intensiva para problemas sexuais, podem encaminhar a um especialista . Nos centros oncológicos o ideal é que haja trabalhos de grupo, com equipes multidisciplinares que trabalhem todos os aspectos da vida dessas pessoas, inclusive o sexual.
Revista Brasileira de Sexualidade Humana, vol 14, n° 2, páginas 229-30, 2003
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