ARTIGOS DE SEXUALIDADE - PARTE VIII - (10/02/09)

SEXUALIDADE: ABORDAGEM MÍNIMA NO CONSULTÓRIO GINECOLÓGICO.
Dra. Jaqueline Brendler. BRASIL. jaqbrendler@terapiadosexo.med.br. Ginecologista especialista em Sexualidade Humana. Comitê de Ética da FLASSES. Comitê Científico e Consultivo da WAS. Conselho Deliberativo da SBRASH. Comitê Nacional de Sexologia da FEBRASGO.

As pesquisas citam que o ato de perguntar sobre a vida sexual da (o) paciente aumenta a chance do (a) médico (a) ser informado sobre algum problema e ou disfunção sexual. Numa primeira consulta, isso pode ser feito, após perguntar a idade da sexarca, pois o assunto é o mesmo. É recomendado que a pergunta seja aberta evitando que a resposta seja “sim” ou “não”. As perguntas podem estar relacionadas aos principais momentos da vida da mulher, como cito a seguir: 1- Adolescência: “A sexualidade vai melhorando à medida que há mais intimidade sexual com o parceiro. Como você está vivendo isso?”; 2- Mulher adulta: “A sexualidade tem fases melhores e outras que não são tão satisfatórias. Em que fase você se encontra?”; 3- Mulher que está amamentando: “É comum um filho (a) mudar a vida sexual do casal. Como vocês estão lidando com a chegada do bebê?”; 4- Mulher no climatério: “O climatério pode alterar a sexualidade da mulher. Como você se sente, em relação à sua sexualidade?”.

Se a paciente informar que possui algum problema e/ou disfunção sexual devem ser excluídas algumas drogas que podem interferir negativamente com a sexualidade, sendo as mais comuns: a hidroclortiazida, a ranetidina, a ciproterona, a espironolactona, a sulpirida, as anfetaminas, os benzodiazepínicos, os beta-bloqueadores e todos os antidepressivos com exceção da bupropiona e da trazodona. Na mulher, a maioria das etiologias dos problemas e disfunções sexuais está relacionada à educação repressora e não ao uso de drogas. O uso de alguma medicação, acima citada, não significa que ela é a causa do problema/ disfunção sexual, pois a sexualidade disfuncional pode ser anterior ao uso da droga. Deve ser perguntado “quando o problema iniciou e em que momento ele piorou”.Se houve piora do quadro, de uma mulher que já era disfuncional, com o uso de alguma medicação, o melhor, é que a droga possa ser substituída; Com esse objetivo, a paciente pode informar, ao médico que prescreveu a medicação, do efeito colateral em relação à sexualidade ou o ginecologista pode fazer contato com o profissional.

O(a)s ginecologistas que estão cientificamente atualizados têm condições de perguntar, ouvir e dar esclarecimentos , no mínimo, sobre a fisiologia da resposta sexual e talvez, desse modo, resolver dúvidas e alguns problemas sexuais. Se for diagnosticada alguma disfunção ou inadequação sexual, o ideal, é que a paciente seja encaminhada a algum colega para terapia sexual, se essa não for uma área de atuação do (a) ginecologista.

Publicado no Pen-drive do XIV Congresso LationoAmerciano de Sexologia y Educación Sexual ( CLASSES 2008) , del 14 al 17 de Octobre de 2008, Guayaquil – Equador. Apresentado dia 16 de outubro de 2008, auditório III, no painel “Atención de las quejas sexuales em la consulta ambulatória” , no CLASSES 2008, Gayaquil-Equador.



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